‘E-commerce caboclo’: varejista líder no Norte, Bemol cria comitê de crise para ações durante seca dos rios amazônicos  

A Bemol, varejista com mais de 80 anos de atuação no Norte do Brasil, enfrenta os desafios da logística amazônica com planejamento. Para minimizar impactos no ‘e-commerce caboclo’ durante a vazante de 2024, a empresa amazonense criou o Comitê de Crise Seca, que conta com a participação de profissionais de diversos setores.

Com isso, espera-se um cenário melhor que o de 2023, quando a estiagem histórica gerou custos extras e impactou entregas em quase 20 cidades no interior do Amazonas. 

Além do estado, a Bemol também está presente no Acre, Roraima e Rondônia. A empresa conta com lojas físicas, farmácias, mercados, loterias, centros de distribuição e venda pela internet por meio de seu portal.  

A distribuição logística dos produtos comercializados pela varejista entre os modais de transporte ocorre desta forma: 

• transporte fluvial é utilizado em boa parte dos interiores do Amazonas além dos estados de Rondônia e Acre;
• transporte terrestre atende a região metropolitana de Manaus e Roraima;
• transporte aéreo, com menor volume de entregas, é utilizado apenas para entrega de mercadorias menores.

Seca extrema de 2023 

Grandes indústrias e empresas, que usam cabotagem, já estão acostumadas e conseguem atuar bem durante os períodos anuais de seca e cheia dos rios.  

Entretanto, em 2023 foi registrada a maior seca da história no Amazonas. 

Com isso, a vazante que gerou impactos nas 62 cidades do estado, fez indústria e comércio precisarem gastar mais com logística e transporte. 

“É claro que em 2023, a seca acabou atingindo um limite bem mais extremo, como por exemplo, a proibição da navegabilidade dos rios por cerca de 45 dias, então isso fez com que a empresa adotasse algumas medidas que acabaram impactando nos custos logísticos, como a utilização de barcos extras para fazer a entrega das mercadorias, além do custo da taxa seca (que começa a ser cobrada quando o rio atinge a cota de 19,97 cm), onde são cobrados em média R$ 12.500 a mais por container, fora o valor do frete”, explica o comitê da Bemol ao Portal Lídimo Amazônico.

A seca extrema impactou prazos e custos de entrega de produtos aos clientes. Cerca de 18 municípios do interior do Amazonas foram impactados diretamente em 2023. 

De acordo com a varejista, esse serviço de entrega de produtos pela Amazônia demanda atuação de três transportadoras: Prontocargo e Navegam e Correios.

Planejamento e logística

Segundo a empresa, o comitê de crise se reúne semanalmente para discutir ações relacionadas com a seca. 

“Para 2024, a Bemol adotou a antecipação da compra de cargas até agosto e já tem pronto planos A, B, C e D, principalmente para o último trimestre do ano. Mesmo com todas as adversidades, os clientes da Bemol não deixarão de receber suas mercadorias”, garante a empresa.  

Por meio da sua comissão, a Bemol informou ainda que tem acompanhado as iniciativas realizadas para mitigar os impactos da seca. 

Além disso, acredita que a dragagem dos rios pode ser uma solução para garantir a navegabilidade nas regiões mais afetadas pela descida dos rios.

A Bemol também faz o acompanhamento diário do nível dos rios em municípios, como: Tabatinga, Manaus, Itacoatiara e Coari. O nível de cada um dos rios pode ser conferido pela internet, no site Painel do Clima. 

Sobre a Bemol

Em 2024, a Bemol completa 82 anos de existência e se consolida como uma das empresas mais importantes do Norte do país e líder de vendas no setor de varejo no Amazonas . 

Atualmente, possui 114 estabelecimentos sendo 38 lojas, 46 farmácias, três mercados, 24 loterias e cinco Centros de Distribuição.  

Desta forma, a empresa “mantém seu compromisso de atingir novos patamares de excelência, com um olhar especial para a região Norte e sua sustentabilidade”.