Com apps Selva e InFire, Amazonas flagra 11 mil focos de incêndio e aplica R$130 mi em multas por queimadas

Com apps Selva e InFire, Amazonas flagra 11 mil focos de incêndio e aplica R$130 mi em multas por queimadas

O Amazonas enfrenta um período de grande seca nos rios, durante o chamado “verão amazônico”, o calor elevado e a ação humana colaboram para o registro elevado de queimadas em áreas de floresta.  

O Governo informou que a capital Manaus teve registro de 1.051 incêndios e o interior 10,5 mil, entre junho e 1º de setembro de 2024. Ante isso, foram aplicadas multas no valor de R$ 130,3 milhões durante fiscalizações e ações da polícia para combater os incêndios criminosos.

Desta forma, o combate a esse tipo de crime ambiental que impacta diretamente o meio ambiente e a saúde de animais e humanos, por conta da diminuição drástica da qualidade do ar gerada pela fumaça das queimadas, ganha auxílio da tecnologia. 

Trata-se do uso dos aplicativos Selva e InFire, que foram criados para ajudar no monitoramento de incêndios em todo o Estado. 

Tecnologia contra fogo e fumaça 

Aplicativo Selva

O Selva é uma ferramenta que monitora diversas variáveis ambientais, incluindo, também, chuvas e descargas elétricas em tempo real. 

Ele foi criado em 2020, o sistema é desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio do Programa de Educação Ambiental sobre Poluição do Ar (EducAIR), com o apoio do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (Fuea) e da Fundação Cuomo.

Como funciona 

Entenda, o Selva fornece informações precisas sobre a localização e a intensidade das queimadas.

“Ele [Selva] é uma ferramenta de educação ambiental, mas também integra informações relevantes para a população e acabou se tornando uma ferramenta de utilidade pública, por isso fizemos a ampliação. Tínhamos a ideia de fazer o aplicativo o mais lúdico possível para que ninguém tivesse dificuldade de interpretar os dados”, explica o professor doutor da UEA e idealizador da plataforma, Rodrigo Souza.

Segundo informações do Governo, o aplicativo Selva também é utilizado pela Defesa Civil do Amazonas, que é a responsável pela instalação dos sensores de qualidade do ar na capital e no interior. 

Desta forma, a partir do momento da instalação, todas as informações são inseridas no sistema, e passam a ser analisadas pela equipe do Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa).

“O aplicativo Selva representa um avanço significativo no nosso trabalho de monitoramento e resposta às emergências. Com essa ferramenta, a Defesa Civil do Amazonas não precisa mais esperar, agora, conseguimos monitorar a situação em tempo real e enviar alertas e recomendações diretamente à população”, avalia o secretário da Defesa Civil do Amazonas, coronel Francisco Máximo. 

Aplicativo InFire

Já o aplicativo InFire foi criado pelo Governo do Amazonas, por meio do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), para uso exclusivo da corporação na Operação Aceiro 2024. 

Aplicativos Selva e InFire foram criados para ajudar no monitoramento de incêndios em todo o Estado (FOTO: Mauro Neto/Secom)

Em resumo, o InFire permite a consulta de áreas com maiores focos de incêndio, de forma detalhada de ocorrências, além de consulta de locais onde há bases operacionais da corporação, lotação de efetivo, viaturas e equipamentos por área.

“Primeiramente, detectamos o latlong, que é a latitude e longitude. O fogo é detectado de imediato, não precisamos esperar o acionamento pelo 193. Depois de detectado, enviamos uma viatura para o local e tentamos apagar o incêndio o mais rápido possível. Esse monitoramento faz com que a nossa equipe consiga dar uma pronta-resposta e permite, também, o reposicionamento da tropa para uma área que precisa de mais atenção”, explica o sub-comandante geral do CBMAM, coronel Reinaldo Menezes.

Deste modo, as informações disponibilizadas pelos aplicativos são importantes para o andamento das Operações Tamoiotatá, Aceiro e Céu Limpo, realizadas como formas de combater queimadas na Amazônia.

Números 

Segundo o dados divulgados pelo governo do Amazonas, com o auxílio dos monitoramentos feitos pela UEA, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil do Amazonas, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Batalhão de Policiamento Ambiental, o Governo do Amazonas já realizou, até a segunda-feira (02/09), 331 embargos, totalizando 17.231,1941 hectares de áreas embargadas.

Ao todo, foram aplicadas multas no valor de R$ 130,3 milhões, 323 autos de infração e 39 termos de apreensão lavrados, além de 168 detenções realizadas. 

Isso em um cenário com mais de 11,6 mil focos de incêndio combatidos pelo Corpo de Bombeiros, de junho até o dia 1º de setembro. As queimadas registradas impactam diretamente a qualidade do ar em vários estados brasileiros.

Brasil

Segundo informações do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais 154 mil focos de calor foram registrados este ano no país, mais de 40% na Amazônia.

Redacao

Redação do Portal Lídimo Amazônico

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *